terça-feira, 1 de setembro de 2009

ENDOMETRIOSE




Para entendermos a endometriose primeiro vamos sabre que é endométrio e como se da o fenômeno da menstruação, até chegar à devida patologia.
O endométrio ou mucosa uterina consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas tubulares simples que ás vezes se ramifica nas porções mais profundas chegando ao miométrio. Essas glândulas sofrem alterações durante o ciclo menstrual.
O endométrio é subdividido em camada basal mais profunda, formado por tecido conjuntivo e camada funcional constituída pelo conjuntivo e lâmina própria, pela porsão final e desembocadura das glândulas e pelo epitélio superficial. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito importantes para o fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio durante a menstruação. Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos menstruais a camada basal permanece quase inalterada.



O ciclo menstrual é o primeiro sinal de que a menina está se tornando sexualmente madura, geralmente começa entre 12 e 15 anos de idade e continua até os 45-50 anos. Por alguns dias de cada mês de quatro a cinco dias ocorre sangramentos vaginal com resultado do deslocamento da mucosa uterina, no inicio de cada ciclo,o ciclo tem duração variável mas em média é de 28 dias.
Estrógeno e progesterona controlam grande parte da estrutura e função dos órgãos do aparelho reprodutor feminino. A proliferação, diferenciação e secreção das células epiteliais, com também o tecido conjuntivo, despende desses hormônios. Antes do nascimento esses órgãos são influenciados por estrógenos e progesterona, que circulam no sangue materno e alcançam o feto pela placenta.
Depois da menopausa, a síntese diminuída desses hormônios causa uma involução geral dos órgãos reprodutores. Após a puberdade os hormônios ovarianos, por estímulo da adeno-hipófise, fazem com que o endométrio passe por modificações estruturais cíclicas. O FSH (hormônio folículo estimulante) é liberado pele hipófise, que estimula os folículos no interior do ovário. Os folículos secretam estradiol, uma forma de estrogênio. Isso dá inicio à liberação de LH (hormônio luteinizante) que amadurece o óvulo e enfraquece a parede do folículo, permitindo a liberação do óvulo maduro. A ovulação pelo ovário direito e esquerdo é inteiramente aleatório. Se ele for fertilizado, o embrião será implantado na parede uterina e sinalizara sua presença através da liberação do hormônio gonadotrópico coriônico humano (HCG), medidos em teste de gravidez. Essa substancia mantém o corpo lúteo morre e o níveis de progesterona. Na ausência da gravidez e sem o hormônio HCG, o corpo lúteo morre e os níveis de progesterona e estrógeno no sangue diminuem. Isto causa vários ciclos de contrações das artérias espirais, bloqueando o fluxo de sangue e produzindo isquemia, causando morte por necrose das paredes das artérias assim como da porção da camada funcional do endométrio irrigada por esses vasos. As artérias se rompem após os locais de contrações e o sangramento começa. Uma porção da camada funcional do endométrio é separada e o resto do endométrio encolhe devido à perda de fluido intersticial. A quantidade do endométrio e sangue perdidos varia entre diferentes mulheres e até mesmo na mesma mulher em diferentes ciclos.
O tecido endometial proveniente do interior do útero pode aderir-se a outros órgãos na cavidade pélvica. A endometriose é uma condição comum que afeta muitas mulheres no período reprodutivo. Ela causa dor debilitante e ciclo menstrual intenso em casos severos a condição pode levar a infertilidade. Quando a menstruação é expulsa da cavidade uterina, parte desse sangue com fragmentos do endométrio descamado flui para dentro ligam-se a outros órgãos vizinhos os locais mais comuns são Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga, e parede da pélvis, causando dor. A dor pode ser cólica menstrual intensa, dor abdominal à relação sexual, dor no intestino na época das menstruações ou uma mistura destes sintomas.
O diagnostico de suspeita da endometriose é feito através da história clínica, ultra-som endovaginal especializado, exame ginecológico, e marcadores, exames de laboratório. Atenção especial deve ser dada ao exame de toque, fundamental no diagnóstico da endometriose profunda.

Imagem cedida pelo Dr. Manoel Orlando da C. GonçalvesUltra-som transvaginallesões no reto e sigmóide (setas amarelas) e no ligamento uterossacro esquerdo (setas vermelhas). http://www.gineco.com.br/images/endometriose_ultra_som.jpg

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