quarta-feira, 14 de outubro de 2009

COLÁGENOS

Já foram identificados diferentes tipos de colágeno no corpo de mamíferos. Destes, quatro - numerados de I a IV - são os mais conhecidos. Eles diferem entre si pela fórmula química, pelo modo de associação entre suas moléculas, pelas funções que desempenham e pelas doenças que a sua má-formação e a sua produção excessiva ou insuficiente podem causar. O colágeno I é o mais abundante e está presente na pele, nos ossos, nos dentes e nos tendões. Apresenta-se sob forma de fibras grossas, sendo por isso o mais resistente a tensões.O colágeno II é encontrado nas cartilagens e produzido pelas células cartilaginosas. Como não forma fibras, só é visível com microscópio eletrônico. Associa-se a outras células da matriz extracelular, ligando-se fortemente à água. Ele funciona como uma esponja, cedendo água quando pressionado e voltando a forma primitiva quando a pressão cessa. Torna-se, assim, uma espécie de mola muito importante, que permite ao joelho, por exemplo, agüentar todo peso do corpo. Nas pessoas obesas, ele freqüentemente se desgasta, o que causa problemas de locomoção.O colágeno III é constituído por fibras nas artérias, no músculo dos intestinos e do útero e em órgãos como o fígado, o baço e os rins. É produzido pelas células musculares e outros tipos de células. As fibras deste tipo de colágeno apresentam certa elasticidade, e por isto são sempre encontradas em órgãos de forma variável, como intestino, útero e nas artérias.O colágeno IV é formado por moléculas de colágeno que não se associam em fibrilas, mas prendem-se umas as outras pelas extremidades, formando uma rede semelhante a uma tela de arames. Ele se associa a várias moléculas não fibrosas da matriz extracelular e forma uma membrana contínua que separa certos tecidos. Em certas regiões desempenha o papel de filtro. Isto é bem evidente nos rins, onde filtra a urina a partir do sangue. É produzido pelas células epiteliais, musculares e pelas células dos capilares sangüíneos. Vê-se, portanto, que a família dos colágenos tem várias funções e que suas moléculas se dispõem de diferentes maneiras, de acordo com a função a ser desempenhada. Há fortes evidências de que estas moléculas foram modificadas durante a evolução dos seres multicelulares e se adaptaram gradualmente a várias funções que surgiram nesse processo.A produção de colágeno é o resultado de uma complexa seqüência de eventos bioquímicos no interior das células, seguidos por outros fora delas. Esta seqüência de eventos explica como é possível haver uma grande variedade de moléculas de colágeno. Explica também porque várias doenças decorrem da síntese defeituosa destas moléculas, pois quanto maior o número de etapas necessárias, maior a probabilidade de defeitos.Algumas dessas doenças já são desconhecidas, e é muito provável que seu número aumente consideravelmente no futuro, seja porque ocorreram em outros tipos de colágeno, seja porque envolverão mais etapas da síntese dos tipos já conhecidos.
Figura mostrando um tumor com o aspecto predominantemente fusocelular, com caráter infiltrativo, crescendo entre os feixes colágenos. Os núcleos eram escuros, embora regulares, e o citoplasma mal definido. Não foram observadas figuras de mitose ou áreas de necrose.

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